Esta variedade de arruda, originária da montanha, como o próprio nome indica, distingue-se pela forma das folhas, das flores, das sementes e pelo aroma.
A imagem mostra o Arq. Jorge Cancela colhendo arruda na sua propriedade na região serrana de Pernes.
A imagem mostra o Arq. Jorge Cancela colhendo arruda na sua propriedade na região serrana de Pernes.
Uma arruda mais jovem. Reguei a área circundante, o que facilitou o desenraizamento.
Sabe-se que a arruda foi utilizada durante as grandes epidemias pela sua ação purificadora. Conceituados médicos a recomendavam para desinfetar o interior das casas e quando visitavam pessoas enfermas levavam ramos de arruda para evitar o contágio.
De referir que em Portugal, a arruda deu o nome a um povoado por se reproduzir em grande abundância na região. O primeiro foral data de 1172 e um ramo de arruda fez parte da pedra de armas. A designação de Arruda dos Vinhos só aparece em registos datados de 1828 e está relacionada com a plantação da vinha.
Conta-se que na região da Arruda não houve vestígios da Peste Negra devido ao poder purificar da planta, o que motivou o rei D. Manuel I e a sua corte permanecer nessa povoação grandes temporadas durante a pandemia.
A arruda tem uma capacidade de percepção extraordinária que lhe permite emanar uma fragrância balsâmica ou aromas replentes, conforme as circunstâncias. A presença de abelhas fá-la evolar um aroma salutar, enquanto que a aproximação de moscas, mosquitos e outros visitantes nocivos provoca-lhes uma grande aversão manifestada por um cheiro refasto, que os atordoa. Procede de igual modo perante um gesto harmonioso um toque incauto.